Friday, April 29, 2005

um grito

"nesse instante ouviu-se uma voz forte e seca, de alguém, pelo tom, habituado a dar ordens. vinha de um altifalante fixado por cima da porta por onde tinham entrado. a palavra atenção foi pronunciada três vezes, depois a voz começou: o governo lamenta ter sido forçado a exercer energicamente o que considera ser seu direito e seu dever, proteger por todos os meios as populações na crise que estamos a atravessar, quando parece verificar-se algo de semelhante a um surto epidêmico de cegueira, provisoriamente designado por mal-branco, e desejaria poder contar com o civismo e a colaboração de todos os cidadãos para estancar a propagação do contágio, supondo que de um contágio se trata, supondo que não estaremos apenas perante uma série de coincidências por enquanto inexplicáveis. a decisão de reunir num mesmo local as pessoas afetadas, e, em local próximo, mas separado, as que com elas tiveram algum tipo de contato, não foi tomada sem séria ponderação."
José Saramago em Ensaio Sobre a Cegueira
.
.
através do impacto que este texto causou foi que surgiu a altifalante. a proposta é simples: músicos despretenciosos e músicas que agradam e divertem. tudo junto, separado, de dois ou três, falando de mim ou de você, do urbano e do cotidiano.
.
neste domingo (dia do trabalho) estréia o projeto 'um grito em altifalante' que foi uma das formas que a banda encontrou de abrir mais espaço para que as nossas coisas sejam vistas e ouvidas. o projeto tem ainda a participação das bandas: de blues em quando, versos lisérgicos e base s/a e acontecerá no noise 3d, a partir das 18h. os ingressos custam r$4,00.
.
espero que todos possam aparecer por lá. a idéia é que o projeto passe a ser quinzenal, cada vez mostrando o trabalho de diferentes artistas. é no domingo, mas é cedo e é só uma questão de atitude prestigiar o que é daqui, que inclusive, é muito bom e quase ninguém conhece.
.
.
então, juntando tudo:
um grito em altifalante
domingo, 01.05
18h
noise 3d, dragão do mar
r$4
de blues em quando, versos lisérgicos, altifalante e base s/a
.
.
altifalante, base s/a e versos lisérgicos têm comunidade no orkut.
a altifalante tem um blog (taí nos meus links) e a versos lisérgicos também.
dá pra saber o pouquinho sobre as bandas assim.
a de blues em quando também vai tocar no projeto quarta de blues
do centro cultural banco do nordeste, na última quarta de maio, ao meio dia e a às 18:30h.
e o noise também tem comunidade no orkut e blog.
.
.
a altifalante é:
daniel pessoa . bateria
flávio nogueira . guitarra e voz
evison rodrigues . guitarra
magno albuquerque . baixo
.
.
é isso. apareçam.

Thursday, April 28, 2005

eu não sou ninguém de ir

o homem que diz "dou" não dá
porque quem dá mesmo não diz
o homem que diz "vou" não vai
porque quando foi já não quis
o homem que diz "sou" não é
porque quem é mesmo é "não sou"
o homem que diz "estou" não está
porque ninguém está quando quer
coitado do homem que cai
no canto de ossanha, traidor
coitado do homem que vai
atrás de mandinga de amor
vai, vai, vai, vai, não vou
vai, vai, vai, vai, não vou
vai, vai, vai, vai, não vou
vai, vai, vai, vai, não vou
que eu não sou ninguém de ir
em conversa de esquecer
a tristeza de um amor que passou
não, eu só vou se for pra ver
uma estrela aparecer
na manhã de um novo amor
amigo sinhô
saravá
xangô me mandou lhe dizer
se é canto de ossanha, não vá
que muito vai se arrepender
pergunte pro seu orixá
amor só é bom se doer
vai, vai, vai, vai amar
vai, vai, vai, vai sofrer
vai, vai, vai, vai chorar
vai, vai, vai, vai dizer
canto de ossanha - baden powell e vinícius de moraes


o centro cultural banco do nordeste é muito bom.
fazia tempo que eu não aparecia por lá.
a partir de quarta começa a programação de blues.


de pau pra cacete: jogo do brasil ontem. comentários? eu não tenho nenhum, acredita?
da água pro vinho: a bebida é um dos maiores inimigos do homem. mas quem foge dos inimigos é covarde.


p.s.: não pense que sou uma trêbada viciada. eu aprecio (muito) com moderação :)

Tuesday, April 26, 2005

no c'è di che

repita para si mesmo: a vida não é uma emergência.
.
.
a vida é um teste. apenas um teste.
.
.
procure enxergar além do comportamento.
.
.
vocês já notaram que o homem é simplesmente um ser incompetente? pensei nisso outro dia. ele não consegue fabricar um grão de arroz em laboratório! feijão, milho, qualquer coisa. a gente sabe de que é feito e como é que funciona, mas não consegue reproduzir igual. o homem só manipula a vida. criar que é bom, nada. pense nisso. (haha)
.
.
a vingança é uma lenta forma de dor.
.
.
eu bebo pouco. mas esse pouco que eu bebo me transforma em outra pessoa. e essa outra pessoa bebe que só. (eu vou fazer uma blusa com esta frase, prometo a mim mesma)
.
.
e tudo na vida são copos d'água. o negócio é beber todos?
.
.
veja bem, meu bem é a música do meu hoje.
.
.
ok, era isso que eu queria dizer, muito resumidamente.

Friday, April 22, 2005

ação e reação

tem gente que realmente não cai na real de que as pessoas não são iguais, não funcionam iguais, não pensam iguais, lutam contra dificuldades diferentes e têm habilidades diferentes. e por isso o mundo é preenchido de pequenas surpresas ao longo do tempo. porque será que vez por outra alguém que você jamais esperou que fosse te ajudar, te estende não só a mão, mas os dois braços?
mas, enfim. infelizmente, há muitas pessoas de pouca fé, descrentes de tudo e todos, que se fecham num mundo desconfiado e altamente individualista. uma pena. essas pessoas geralmente acabam meio solitárias, e o pior é que às vezes é uma gente tão cheia de potencial, com umas maravilhas guardadas a sete chaves. pra quê?
eu acredito mesmo nas pessoas. é bem verdade que eu já fui muito calejada de tanto bater com a testa na parede, mas mesmo assim eu ainda acho que vale a pena por todas as vezes que deu certo, sabe? engraçado, teve um teólogo que disse a seguinte coisa numa entrevista: a época do papado de joão paulo II foi a época em que a igreja católica perdeu mais fiéis. mas não se perdem fiéis. os fiéis são fiéis. a igreja deve ter 'perdido', se é que é essa a palavra, outra coisa, menos fiéis. eu sou fiel às minhas coisas, meus valores, meus amores. tudo pode abalar a minha fidelidade, mas abalar é diferente de dar fim.
aí você para e pensa que eu sou a pessoa mais santa e certinha do mundo, ou então que eu não sou mas tento levantar essa imagem à minha frente. não. lógico que eu erro, e inclusive de propósito algumas vezes, fico indiganada, falo o que não devia, trato mal e tudo mais. mas é aquela história: eu luto contra. eu tento fazer com que isso seja na menor proporção possível na minha vida.

Wednesday, April 20, 2005

a falta que me faz

ain't no sunshine when she's gone
it's not warm when she's away
ain't no sunshine when she's gone
and she's always gone too long
anytime she goes away

wonder, this time where she's gone
wonder if she's gonna stay
ain't no sunshine when she's gone
and this house just ain't no home
anytime she goes away
ain't no sunshine when she's gone - al green


something in the way she moves
attracts me like no other lover
something in the way she woos me

i don't want to leave her now
you know i believe her now
something - george harrison

Monday, April 18, 2005

fumaça preta

a eleição do papa é um negócio estupendo. pensa aí: 115 pessoas do mais alto escalão da igreja católica do mundo todo se reúnem, juram silêncio e escrúpulos, e ficam lá, até concordarem que determinada pessoa vai ser "o" representante deles a partir de então. é assim, o eleito tem que ganhar com pelo menos dois terços dos votos. depois de 30 votações, o conclave pode eleger o novo papa por maioria simples. mas só depois de 30 tentativas! o papa foi pop. dos apontados como favoritos, não fui muito com a cara de nenhum. eles não têm cara de papa. mas eu li que quase nunca algum favorito indicado pela impressa é o eleito. então pronto. e acho que essa eleição vai demorar que só, viu?
.
.
- isso.
- mas..
- porém..
- contudo..
- todavia..
- é.
- não é isso.
.
.
porque as pessoas insistem em querer convencer umas às outras da sua opinião? tirando eleições de alguma coisa ou pessoa, que a maioria tem que concordar, o resto eu posso discordar de tudo que você acha e a gente pode se dar super bem. ou não? apesar de que você pode expressar a sua opinião e eu talvez concorde/mude a minha. mas caso não, por favor, não se ofenda. não é essa a idéia, definitivamente.
.
.
a inteligência tem limites, a estupidez não. arnaldo jabor escreve bem. só é infeliz por falar do que não sabe. ou não entende. se ele falasse mais sobre ele mesmo talvez fosse mais interessante. no texto sobre o papa ele foi bem feliz. no texto sobre rock, a mais triste das criaturas.

Friday, April 15, 2005

um

alguém já leu a um (universo masculino)? é um revista no mínimo engraçada. mas eu gostei porque eu gosto das propagandas e as propagandas dedicadas ao público masculino são sempre mais legais. a deste mês diz que vocês, homens, agora já têm uma resposta para quando uma mulher disser que vocês são todos iguais. segundo uma pesquisa existem três perfis: companheiros/fiéis (48%), amantes profissionais (28%) e clássicos (24%). ou você se encaixa ou..
aí tem uma curiosidade: a data mais procurada para casamentos na Holanda é o dia 20.05.2005, aparentemente porque é uma data da qual os homens se lembrarão facilmente (que coisa, não?)
fala algo sobre a forma dos seios e o caráter da mulher, e é tudo associado à frutas (mas como assim seios em forma de abacaxi?)
bom tem também dicas de alguns livros, cds e dvds. ofertas de produtos inteligentes, esportivos e etc (para o homem moderno de hoje, aquele cara que trabalha de gravata e saí às cinco pra surfar, sabe?)
matéria grande sobre a vaidade do homem e algo que nunca imaginei na vida: um teste! eu pensei que só revistas de mulher que tinha isso. e detalhe: tem direito a marcar e tudo. sendo que o teste é para medir se ela é implicante ou está passando dos limites (qual a opção boa?)
foto de atriz global bonita, carro com 300 milhões de opcionais sensacionais..
cara, é porque a revista masculina sabe entreter. eu sei disso porque essa revista enaltece qualquer homem. revista feminina dá é raiva, só fala de dieta, da fulana que fez isso e aquilo, de tudo que você não pode comprar e das roupas que não tem aqui pra vender, mas também você não compraria porque não tem lugar pra ir com elas. ah, de vez em quando tem matérias sobre sexo, que na verdade dizem sempre a mesma coisa.
pois é. aí chega no meio da um e tem assim: território masculino. cozinha é lugar de homem, porém, não de um mero fazedor de feijão com arroz, mas sim de um chef - mesmo amador - que preza o que há de mais moderno no setor. pode isso? é bom demais.
depois tem logicamente algumas dicas de combinações entre camisas e gravatas, diz que jaqueta de couro tá na moda, sapato fashion.
mais matérias pra levantar o ego falando sobre o 4o esquadrão de aviação do exército, homens que trabalham longe da família, profissão headhunter e consultor e como não poderia deixar de faltar: campeonato brasileiro de futebol.
aí tem alguma coisa falando sobre beber demais (pulei essa parte), mais dicas de eletrônicos do outro mundo (mp3 players que fazem sanduiches, sei lá) e, finalmente, a matéria que eu queria ler: o leão washington oliveto. muito boa inclusive. ainda bem que eu faço parte do universo masculino (de alguma forma).

Thursday, April 14, 2005

meio

bar ruim é lindo, bicho
de antônio prata


eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).
no bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "ô betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do brasil. nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do brasil, por isso vamos a bares ruins, que tem mais a cara do brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de
nossa cozinha. se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. a gente gosta do brasil, mas muito bem diagramado. não é qualquer brasil. assim como não é qualquer bar ruim. tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.
quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. o problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas.
até que uma hora sai na vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. porque nós, meio
intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na mtv. nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de chevete e chinelo rider. esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do brasil autêntico. e a gente abomina a vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.
os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. os donos que não entendem qual
é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no brasil! ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que agente gosta, os pobres estão todos de chinelo rider e a vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim câmara cascudo, saca?).
- ô betão, vê um cachaça aqui pra mim. de salinas quais que tem?

Wednesday, April 13, 2005

fama

ha-ha-ha. estava lendo a istoé on-line e uma das manchetes era assim: veja aqui quais as possibilidades de você alcançar a fama. aí, eu pensei que fosse um daqueles testes de revista, com 10 ou 12 perguntas e 3 opções de resultado. que nada! calculadora da fama. tinha assim: digite seu nome (sem acento). ok, samantha albuquerque. pronto. meu número é o 01! vejamos:
você mostra liderança, capacidade de tomar decisões rápidas, pioneirismo, criatividade e audácia. tem um certo ar de altivez, independência e coragem. brilhará em cargos de liderança que exijam independência, ambição e coragem. mas é preciso estar sempre atento pois sua tendência autoritária faz com que queira sempre dar a última palavra e acabe sendo um tanto arrogante, orgulhoso e egoísta.

ok, até aí dá pra engolir. só que lá no fim tem assim: veja os famosos que tem o mesmo número que você:


christina aguilera
cameron diaz
julia roberts
pedro bial
kaká



putz. eu não gosto da christina aguilera, a julia roberts é otária demais, pedro bial eca e o kaká não é bonito gente! ele não é! porque todas as meninas acham ele bonito? credo. a única da lista que eu acho legal é a cameron diaz. mas, enfim, é pela famá, né? inegável que esse povo seja famoso. acho que eu não quero ser famosa não.

Tuesday, April 12, 2005

seis e ás

quem quer aprender a jogar gamão, o melhor jogo ever?
o mais antigo de todos os jogos que existem no mundo?
o jogo mais popular no líbano e países vizinhos?
o segundo jogo mais nobre da época medieval?
o jogo em que mais se apostava dinheiro na década de 70?
o "jogo"?
o único jogo que é parte sorte e parte raciocínio?
o jogo que já foi usado como base para estratégias militares?



eu ensino.

Monday, April 11, 2005

top list / to do list

top 5 best jobs in the whole world ever:

produção de trilha sonora
produção de video clips
dona de selo / gravadora
produção de festivais musicais
dona de algum lugar tipo o the cavern

*baseado no filme alta fidelidade (que eu assisti pela quadragésima vez)


things to do before i die:

dizer 100 vezes pra minha mãe que ela não precisa se esforçar pra que eu a ame.
ir pra um show de alguma banda de rock dos anos 70 com meu pai.
chamar a sarah pra sair comigo ao menos uma vez.
conseguir um autógrafo da avril lavigne pra sabrina.
morrer de amor de um jeito que não caiba dentro de mim de tão grande.
viajar de mochila e dinheiro contado pra algum canto.
formar uma banda e cantar em algum lugar, só uma vez.
colocar todas as pessoas que eu gosto juntas numa festa em comemoração a whatever they want, contanto que estejam TODOS lá e eu tire fotos com todos.
comer todos os doces que eu puder.

*baseado no filme minha vida sem mim (que é um dos filmes mais lindos que eu já vi na vida)


na verdade, hoje é isso. mas, como eu digo, today won't mean a thing tomorrow.
acho que isso é a essência.

Friday, April 08, 2005

r.a

quando cheguei, já estavam quase todos na sala, uns sentados, outros perto da mesinha onde tinha café e bolachas, outros em pé conversando. a orientadora então pediu a atenção de todos e que nos organizássemos sentados nas cadeiras formando um grande círculo. depois disso feito:
-boa noite a todos.
-boa noite! (um grande coro)
-quem gostaria de ser o primeiro a falar hoje?
e eu levantei um pouco o braço acanhadamente.
-por favor, se levante, diga seu nome e prossiga.
-oi, meu nome é samantha.
-oi samantha! (denovo um grande coro)
-eu estou há 3 dias sem roer as unhas.
e palmas.

Thursday, April 07, 2005

para um menino com um peão

Porque você é um menino com um peão e tem uma voz que ecoa pelos 4 ventos, eu lhe prometo tudo no mundo, salvo se você não quiser, o que, aliás, você não vai nunca porque você acorda cedo e tem muito trabalho e a memória falha. E porque você é um menino com um peão e já brigou na rua e ficou todo surrado por besteira. E porque quando você sonha e nunca lembra com o quê eu me sinto igual à música do kid abelha (seu espião) mesmo sem ser ciumenta. E porque quando você começou a gostar de mim procurava ser o mais sutil e mesmo assim o receio não deu jeito. Até porque, comigo aconteceu exatamente a mesma coisa. E porque você tem um rosto que passa imagem de raivoso, e quando solta o cabelo ele fica maior que o meu, e é impaciente e bruto sem ser um cavalo batizado. E porque você é um menino com um peão, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velha: enquanto minha presença for companhia agradável e não um fardo pesado. E porque você é um menino com um peão e tem um andar de quem nunca tem nenhuma urgência, e porque quando você canta não tem que não te ouça e você treina e treina, e passa boa parte do tempo tentando decorar as letras e os tempos. E porque você tem um pincher que é o cachorro mais feio e chato do mundo mas eu acabo gostando dele e quando fica triste tem pensamentos nostálgicos e chora e vai dormir pro dia passar logo. E porque você é um menino e gosta muito de computador e quer voltar a jogar basquete (eu vou vou ser cheerleader) e não enjoa de conversar comigo nunca, aliás, os assuntos vêm sei lá de onde. E porque você é um menino apesar de ficar se auto entitulando de idoso e quando eu faço mistério você fica angustiado de tanta curiosidade até eu revelar uma besteirinha qualquer. E porque você é um menino com um peão e cativou meu coração e adora suco de graviola, eu lhe peço que me sagre sua constante e fiel dama. E sendo você um menino com um peão, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinha, como nesses últimos meses em que a gente não se viu; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que os outros nem ousam me amar porque dariam tudo para ter uma menina véa penando assim por eles, a mão no queixo, a perna cruzada triste e inquieta e aquele olhar que não vê. E porque você é o único menino com um peão que eu conheço, eu escrevi um versinho tão bonito para você, "naive", a fim de que, quando eu morrer, você, se por acaso não morrer também, fique deitadinho na cama olhando pra cima e, lendo devagar e várias vezes aquele pedaço em que eu digo que não seja tão bom para que não seja tão pouco, que seja só o suficiente pro resto da vida. E já que você é um menino com um peão e eu sou assim também fã do passado, da infãncia que não volta, de peão, carrinho de rolimã e pipa eu te digo que o futuro a Deus pertence, mas se fosse meu eu fazia assim o tempo todo, pra me inspirar a escrever sobre as coisas bonitas, pra que eu não veja a imagem e sim o sentido, pra que eu não escute as palavras, mas sim saiba o que você quer, sobretudo porque você é um menino com um peão.
.
nem acredito que eu fiz isso. peguei o texto lindo do vinícius de moraes (para uma menina com uma flor) e adaptei. quando vi já tinha começado e tava perto da metade, melhor terminar. e agora? agora deixa. eu tentei.

Wednesday, April 06, 2005

almo-fadas e amor-tecer

kiss me, out of the bearded barley
Nnightly, beside the green, green grass
swing, swing, swing the spinning step
you wear those shoes and I will wear that dress

kiss me beneath the milky twilight
lead me out on the moonlit floor
lift your open hand
strike up the band and make the fireflies dance
silver moon’s sparkling, so kiss me

kiss me down by the broken tree house
swing me upon its hanging tire
bring, bring, bring your flowered hat
we’ll take the trail marked on your father’s map

kiss me beneath the milky twilight
lead me out on the moonlit floor
lift your open hand
strike up the band and make the fireflies dance
silver moon’s sparkling, so kiss me
kiss me - sixpence none the ritcher


sim, as palavras continuam dizendo pouco, muito pouco.

Tuesday, April 05, 2005

cotidiano

acho que era julho de 83
eu sempre esqueço do dia
mas lembro do mês
a gente mal se conhecia
nos vimos apenas uma vez
mas foi como a fotografia
de um velho filme francês
não fosse a roupa que eu vestia
naquele estilo new wave
quem sabe eu conseguiria
chegar perto de você
adolescência vazia
eu tinha quase 16
ninguém me compreendia
e eu não compreendia ninguém
fiquei ali sentado
sentado sobre as mãos
pensando em ti perder
querendo ti encontrar
e foi então que aconteceu
você me viu olhar
e veio em minha direção
sorrindo disse olá
e neste dia começou
a nossa história
que continua até hoje
e só parece melhorar.
julho de 83 - nenhum de nós

Monday, April 04, 2005

naive

e como jamais se poderia imaginar, foi.
e mesmo sendo novidade
parecia estar alí há séculos.
que não seja tão bom para que não seja tão pouco.
que seja só o suficiente pro resto da vida.


"playground love
i'm a high school lover
and you're my favorite flavor
love is all
all my soul
you're my playground love
yet my hands are shaking
i feel my body reeling
times no matter
i'm on fire
on the playground, love
you're the piece of gold that flashes on my soul
extra time
on the ground
you're my playground love
anytime
anywhere
you're my playground love"
playground love - air - virgin suicides soundtrack

Sunday, April 03, 2005

23:59

tem certas coisas que não se comentam.
dá é raiva.
e tem certas palavras que não cabem.
nem adianta.
aquela história de que um gesto vale mais que mil palavras é mentira.
vale mais que 400 milhares de trilhares de palavras ditas initerruptamente.

.
existem pessoas que vão ao cinema no iguatemi no sábado à noite.
mais precisamente na sessão de 23:59.
para assistir à miss simpatia 2.
eu vi.
eu vi.
.
espero que a gente não morra nunca mais.
pra toda vez que a gente sentir vontade de fazer uma coisa
e não fizer por algum motivo
a gente tenha tempo de remediar no outro dia.
.
eu falo demais.
quase insuportavelmente.
mas dessa vez foi de propósito.
vou nem mentir.
mas foi sem querer.
.
o www.mundishow.com tem shows do mundo
de todos os dias da galáxia
que nunca mais vai se acabar
até o fim dos tempos infinito
porque é para sempre eterno.
.
in joy and sorrow.
.
como se fosse uma gota d'água descobrindo que o mar é azul.
(felicidade - fábio jr.)
valha, meu blog agora é basicamente azul.
o que será que isso significa?
será que significa alguma coisa?
3 ou 4 pontos de interrogação na testa.
mão no queixo.
e cara daquele smile olhando pra cima e mexendo a boca com dúvida.

Friday, April 01, 2005

conotação / denotação

lembra disso, no colégio? denotação é no sentido do dicionário e conotação é o sentido figurativo. aí, aconteceram e vão acontecer várias coisas que me fizeram pensar nestes significados:
.
.
sonhar: v.t.,int. 1. ter sonho(s). 2. devanear; fantasiar. 3. desejar muito, aspirar.
.
querer: v.t. 1. ter vontade de; desejar. 2. pretender, tencionar. 3. ambicionar. 4. procurar adquirir. 5. exigir. 6. amar; estimar; gostar de. int. 7. ter ou manifestar vontade firme. s.m. 8. vontade. 9. intenção. 10. afeto.
.
realizar: v.t. 1. tornar real, efetivo; efetuar. 2. fazer; executar. 3. converter em dinheiro. p. 4. efetuar-se; acontecer. 5. atingir os ideais almejados.
.
trabalhar: v.t. 1. lavrar. 2. aperfeiçoar; aprimorar. t.,int. 3. ocupar-se em algum ofício ou profissão; exercer a sua atividade. 4. empregar esforços; empenhar-se. 5. agir; atuar. int. 6. estar em funcionamento (maquinismo).
.
expectativa ou expetativa: s.f. 1. aguardo de alguma coisa que vai acontecer; esperança. 2. probabilidade.
.
resultado: s.m. 1. ação ou efeito de resultar. 2. consequência; efeito. 3. produto de operação matemática.
.
.
desse modo parece simples. o problema é:
.
.
decepção: s.f. desilusão; desapontamento; desengano.
.
satisfação: s.f. 1. ação ou efeito de satirfazer(-se). 2. contentamento; alegria. 3. cumprimento; desempenho. 4. pagamento; indenização. 5. explicação; justificativa. 6. expiação; desagravo.
.
.
e a força para:
.
.
futuro: adj. 1. que há de acontecer ou ser; póstero; vindouro. s.m. 2. tempo que há de vir; posteridade. 3. destino. 4. (gram) tempo de verbo que indica algo que há de ser ou se há de fazer.
.
novo: [ô] adj. 1. de pouco tempo ou idade; recente. 2. moço; jovem. 3. de pouco uso. 4. visto pela primeira vez. 5. que acaba de ser adquirido.