Tuesday, December 05, 2006

as pessoas se perdem porque querem.

é.
sei que parece discurso de pai insensível que tá por fora dos acontecimentos internos, mas não é.
as pessoas se perdem porque querem.
o melhor jeito de você saber se alguma coisa está sendo boa é fingir que tudo já passou, imaginar no futuro se você vai olhar pra trás, pra isso, e sorrir.
as pessoas se perdem porque deixam de ser sinceras consigo mesmas. porque elas não fazem o que estão realmente querendo fazer, realmente querendo dizer, não estão onde gostariam de estar. e não é porque elas não possam fazer, dizer ou estar. as pessoas fazem o trabalho completo. se perdem porque elas mesmas criam todos os melhores (piores) obstáculos necessários para impedir a si mesmas de agir como seu impulso manda.
e quando eu falo impulso não é aquele impulso impensado de atitude revolta. é vontade, iniciativa.
e isso vale para querer fazer ou dizer e para o contrário também.
as pessoas passam muito mais tempo da sua vida fazendo coisas porque se sentem obrigadas do que por estarem verdadeiramente fazendo de livre e espontânea vontade.
ok.
aí você vem e diz: lógico samantha, nós vivemos em sociedade, e a sociedade impõe regras, costumes, credos e nãoseioquê, e o regime democrático escolhe tudo pela maioria, então, sinto muito se você é minoria e por aí vai.
certo. falando de vida social, profissional, estudantil, política, econômica e mais alguma que eu esteja esquecendo, até concordo. e, sendo sincera, de que adiantaria eu não concordar, não é? é assim. uma coisa meio auto-renovadora de si mesma.
enquanto houver sociedade tal qual como a conhecemos existirão os padrões. e hoje até ser fora do padrão já é um padrão. fazer o quê se a humanidade tem esta incrível necessidade de se dividir e dar nomes aos grupos (bandos?)?
enfim, that's not my point.
o ser humano não tem nada de complexo. inventamos essa história pra justificar uma série de atitudes. seres humanos são bichos. instintivos. não tem discussão. o que acabou com tudo foi quando a gente começou a se perguntar: porque será que eu quero isso? ou pior: será que eu quero mesmo isso?
pronto, com duas simples perguntas, o Homem conseguiu fazer de sua própria vida um inferno. e além de tudo o cara conseguiu contaminar o mundo inteiro com estas indagações.
É nelas que o Homem se segura quando diz que não sabe, que precisa de tempo, que está confuso ou que não pode decidir nada. Porque Ele precisa pensar, porque ele não pode errar ou deixar de aproveitar uma oportunidade.
sim, porque o ser humano também criou um valor, e este é relativamente atual, que é só mais um fator determinante na arte de encher seu cerébro com pontos de interrogação.
Ele inventou a oportunidade.
Tem coisa pior do que ouvir que 'você vai perder uma grande oportunidade se não isso', tem? tem não. o Homem se coça todinho, faz das tripas coração e quase não consegue conviver com o fato de ter perdido uma grande oportunidade; que na realidade em 90% das vezes nem é tão grande-única-imperdível assim. e mesmo que seja, anos depois Ele mesmo, como processo de auto-perdão e auto-levantamendo de auto-estima, diz que a perda daquela oportunidade gerou várias outras e... ai, sinceramente, o Homem tudo inventa pra se sentir um pouco melhor.
é tudo uma grande invenção.
e não adianta eu chegar aqui e dizer que tudo deve mudar, que devemos agir diferente, que devemos seguir o que pensamos, que não devemos agir contra a nossa natureza. não adianta. fazemos isso todo dia. eu, você, ele, nós...
mas, sério, de que importa se é invenção ou não, se você acredita? se você acredita, mesmo, piamente, não tem que faça, para você, não é ilusão. e se você está mais feliz assim, congratulations dear, lucky guy.
eu por exemplo, que fico por aqui escrevendo enormes textos divagando sobre o poder de cometer erro em cima de erro do ser humano estou muito mais longe da alegria permamente.
e é assim que provavelmente continuaremos vivendo. nesse misto de achar que tomamos decisões fixas, quando na verdade o Homem vive de ser flexível e maleável, fingindo que não. Ele se transporta pra outro mundo (leia-se outras circunstâncias) que dão a Ele a chance de ser totalmente diferente do que era antes. ou pelo menos tentamos pensar dessa forma.
na verdade, até esse texto é só pra dizer indiretamente o que eu não consigo dizer com as palavras que vieram à minha cabeça porque a minha outra parte acha muito cruel. mas até que ficou bom.

5 Comments:

At December 05, 2006 , Anonymous Anonymous said...

sam :), life is a journey...

 
At December 05, 2006 , Anonymous Anonymous said...

A transfiguração das Pessoas será mesmo tão abominável? Eu vejo na adaptabilidade o maior dos instintos animais que servem às Pessoas, é o que nos permite progredir, e mesmo que seja uma ilusão, é a ilusão que escolhemos, esse poder de escolha e nossa capacidade de se adaptar é que tornam a humanidade interessante, a ausência de limites na amplitude de nossas ilusões é que nos tornam capazes de ser melhores na realidade... Não se trata de enganar a realidade, cerceando-se de uma mentira ilusória, trata-se de ser capaz de criar uma ilusão que se possa seguir na realidade... é o sonho... e mesmo que não concreto, é um rumo... e isso é mais importante às Pessoas do que as "chances" arruinadas...
Trazer o homem ao nível da irracionalidade, tornar as emoções mais importantes que a razão é destruir a própria característica social e humana que nos constituí, não que menosprezar as oportunidades por medo seja a saída ideal, mas a ação consciente é a melhor que o homem pode tomar... Pode até ser um erro, mas um erro consciente pode ser redimido, um erro emocional geralmente não é perdoável... Pode culpar por ter cautela?

 
At December 06, 2006 , Anonymous Anonymous said...

Um dia sai um livro!!!

Seus textos tão cada vez mais complexos, E LONGOS!
hehehehe

Dá vontade de imprimir e ler deitado!

Bjos!

 
At December 07, 2006 , Anonymous Anonymous said...

finalmente eu li até o final...





palavra de verificação: swioz (tá ficando menor!

 
At December 07, 2006 , Blogger Carolina Gauche said...

telepatia, é? :~.

temos que conversar, aliás, dissertar sobre assuntos diversos.

bejocas.

 

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