Friday, January 14, 2005

old habits die hard

ah, finalmente, senti vontade de escrever aqui. tava angustiada já, eu sabia que queria escrever, mas não achava o jeito, ou o quê, sei lá. coisas de samantha.. o pior é que só falo besteira, mas enfim.. estou animada para assistir Alfie, até porque eu gosto muito do jude law, desde antes da fama hollywoodiana chegar e também porque a trilha sonora do filme é muito boa.
mas eu queria mesmo era dizer uma coisa que teoricamente eu não devia dizer, senão tudo pode mudar, mas como acho que não tem muita gente prestando atenção em mim ou no que eu falo, vou dizer, porque fiquei espantada comigo mesma. cara, eu sou a pessoas que tem mais atos falhos na vida. eu nunca vi isso! e só notei um dia desses. i can't help myself. é assim e pronto. quando vejo tô lá do lado de alguém cantando exatamente um parte de uma música que quer, com certeza, dizer alguma coisa, e eu nem me toco, ou, conversando eu falo certas palavras que entregam algum tipo de pensamento, é impressionante. e é o tempo todo, eu simplesmente não consigo esconder nada, assim, lógico, nem todo mundo, como eu disse, presta atenção nisso e se toca. ainda bem. ainda bem. ou não. sei não. às vezes eu acho que queria que as pessoas notassem mais as entrelinhas. e fizessem algo a respeito, o que considero mais importante. porque eu né, num faço nada, fico só esperando. mas não é uma questão de acomodação nem bossalidade, é uma questão de covardia mermo, num consigo chegar e dizer assim diretamente nada, agir então, é mais fácil o mar secar. é um problema eu sei. aí eu lembrei do dia que eu fui numa doutora dessas que devia entender um pouco mais sobre o comportamento humano em geral, cheguei na sala toda me tremendo e a conversa foi assim:
-olá.
-oi.
-e então, porque você resolveu vir aqui?
-é porque eu tenho um problema, eu acho.
-ah, você não tem um problema, você tem vários, querida, e grandes.
bom, eu que não sou de muito alarde nessas horas, apenas olhei bem nos olhos dela, levantei, pedi licença, saí, e nunca mais voltei.
mas ela conseguiu fazer com que eu me sentisse mal durante muito tempo. tem gente que é assim. escolhe como objetivo de vida fazer os outros se sentirem mal. assim, de propósito mesmo, aquela coisa idiota de descontar nos outros a sua agonia. pois é. e eu querendo ser assim de vez em quando. sim, porque ao contrário do que esses fazem, eu, guardo tudo pra mim, tudinho, quantas vezes você já me viu triste? sem um sorriso no rosto? sem sair com os amigos pra desopilar a qualquer hora? sem querer brincar e fazer todo mundo rir das minhas palhaçadas? se você viu isso, foram raras vezes. ah, aí eu lembrei que quando eu tava na oitava série, tinha uma menina na minha sala, Liana, ela era bem bonita assim, morena e tal. só que a gente não andava junta não, ela tinha uma panelinha e eu só fazia pular de grupo em grupo.. mas um dia, eu tava conversando com alguém no intervalo e ela chegou, e eu tinha contado algo engraçado e a minha outra amiga era frouxa e não conseguia parar de rir, e nem eu conseguia parar de rir dela. a liana para e diz assim: eu queria ser igual a samantha, não ter nenhum problema. como assim nenhum problema? só porque você nunca me viu chorando, ou séria ou p da vida, não quer dizer que eu não tenha problemas.. pois é, só eu sei quantas vezes cheguei em casa, fechei a porta, tomei um banho muito mais demorado que o normal, deitei no sofá e fiquei lá, até que um motivo de força maior fizesse eu me mexer ou falar. é assim quando estou mal e sozinha. eu fico calada como nunca, num silencio de matar, deitada, sem mover um fio de cabelo. mas assim, eu saio muito né? eu tô sempre em todas, mas isso também não quer dizer que os meus problemas sejam esporádicos. é só porque eu acho uma falta de respeito te incomodar com as minhas coisas. as minhas coisas, são minhas, assim, você já tem as suas, né? e também é difícil dizer quando alguém realmente tá querendo saber das minhas coisas pra me ajudar ou aliviar. é aquela história:
-oi, tudo bem?
bom, 99% das vezes, não tá tudo bom não. tanto que teve uma época que eu respondia assim:
-não, mas tudo bem.
porque na realidade, isso é uma pergunta de praxe, então eu dou a resposta de praxe. por isso que eu, quando encontro os meus amigos, pergunto se tá tudo bem, bem baixinho, porque eu tô querendo saber mesmo, não é a de praxe não. e aí você responde se quiser. ou me liga, sei lá, se o momento não for oportuno para uma conversa assim.
é isso. eras. pra quem tava com pouco a dizer, eu falei demais. como sempre.

3 Comments:

At January 15, 2005 , Anonymous Anonymous said...

eu gostaria de saber das tuas coisas.
não sei se para ajudar ou aliviar, mas porque gosto de ti e quero saber se você tá bem. me preocupo contigo, não quero te ver triste.
mas acho que devo ser meio como a doutora que você falou no texto. faço as pessoas se sentirem mal. mas não é de propósito. eu é que talvez não preste atenção e não me toco. e não sei o que fazer a respeito. desculpe

gaspar josé

 
At January 15, 2005 , Anonymous Anonymous said...

Sam, mais uma vez como disse ontem, somos muito parecidas.
Nao sou muito de demonstrar que estou triste, chateada ou qualquer coisa que seja, mas tenho me trabalhado ultimamente para que isso em algumas ocasioes aconteça.
O importante é ter amigos, nem que seja um só, que voce possa se abrir e tals...Isso é o que vale, voce vai se sentir melhor em dividir 1% de sua dor com alguem, fala a voz da experiencia...heheheh...
Mas saiba que eu te amo e é de verdade, nao costumo dizer isso para qualquer um...Se voce precisar de qualquer coisa, nem que seja de companhia para ficar calada ao seu lado, pode ligar que eu vou viu? Bjokas, ge

 
At January 15, 2005 , Anonymous Anonymous said...

Sem saber o q dizer, digo: Amo vc, conta comigo! Beijão Sam!
Pandrea

 

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